PALAVRA DO PRESIDENTE

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PRESERVAR PRODUZINDO OU PRODUZIR PRESERVANDO?

Temos hoje em nosso País, um volume de tecnologias armazenadas
nas diferentes instituições de pesquisa agropecuária como a EMBRAPA e órgãos afins, que permitem combinar a produção agropecuária racional e sustentável com o respeito à preservação das condições ambientais, adequadas à manutenção da vida e harmonia socioambiental, haja vista os vários exemplos de casos de sucesso que ocuparíamos centenas de páginas mencionando-os.
Não trata-se disto, mas sim, de atestar que basta uma convergência de esforços técnicos e econômicos entre Unidades Governamentais com função e foco distintos (Ministérios e órgãos afins), que ficará evidenciado que o desenvolvimento econômico e preservação da natureza não são irremediavelmente antagônicos.
Como essa articulação institucional que possibilitaria o verdadeiro desenvolvimento sustentável da agropecuária nacional carece de liderança com o “Conhecimento de causa” tão necessário ao debate – principalmente na esfera estatal, temos por vezes (infelizmente muitas) a instalação de clima bélico e contraproducente entre agentes que querem atingir o mesmo objetivo final que é PRODUZI PRESERVANDO E PRESERVAR PRODUZINDO. Bastaria esses agentes possuírem a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranqüilo(com a devida licença do poeta) para que a sociedade brasileira como um todo exigisse do governo, produtores rurais(de qualquer porte) e órgãos de fomento e pesquisa, uma conduta de absoluto respeito às pesquisas de resultados já largamente comprovados e talvez nem tão difundidos a nível de extensão rural, face à falência dos órgãos estatuais que deveriam implantar técnicas sustentáveis, porém esse é o outro tema que a oportunamente deverá ser tratado.
Diante desse cenário, as cooperativas desempenham um papel de relevância que há de ser reconhecido por todas as pessoas que apenas querem continuar a alimentar-se com qualidade e a viver num planeta com o equilíbrio necessário entre os reinos animal, vegetal e mineral, pois seus gestores e associados tem evidente tal quadro e aplicam-se em aproximar as tecnologias e sistemas de exploração agropecuária da conservação ambiental tão desejada por todos.
Qualquer posicionamento radical venha do lado que vier, apenas contribuirá para a desinformação que leva a um destempero de atitudes e comportamentos que acarretam uma força contrária ao que desejamos e necessitamos realmente.
Fica cada vez mais claro e evidente que caminhamos a passos largos para o destaque de dois moldes de exploração agrícola; a) Grandes corporações multinacionais e/ou nacionais adquirindo grandes extensões de terra e implantando megaprojetos nas diferentes atividades como produção de etanol, papel e celulose e ate mesmo grãos e seus derivados, com a evidente exclusão da figura do produtor rural, acarretando consequências sociais perversas no médio e longo prazo; b) Produtores pequenos e médios bem orientados sob o ponto de vista tecnológico, organizados em cooperativas com gestão exemplar – pois somente assim sobreviverá, garantindo e mantendo o equilíbrio socioambiental.
Em ambos os moldes, devemos ficar atentos com o governo e seus agentes técnicos e fiscalizadores, e também a sociedade civil organizada para acompanhar, monitorar e alertar conforme apresentar-se necessário.
Quando analisamos sob os diferentes ângulos a questão do desenvolvimento sustentável, fica claro que devemos buscar com todas as forças o tão sonhado equilíbrio entre três fatores preponderantes: SOCIOAMBIENTAL E ECONôMICO e suas interações e correlações, e não resta dúvida alguma que na doutrina COOPERATIVISTA este equilíbrio está mais próximo e concretamente factível.
Caso esse equilíbrio de que falamos do meio ambiente fique comprometido, pela ação e reação de desequilibrados e ignorantes, chegará o tempo em que não teremos PRODUçãO nem PRESERVAçãO.
Portanto, senhores agentes, muito cuidado, responsabilidade e nobreza de propósitos para continuarmos PRODUZINDO E PRESERVANDO.