Entidades do agro cobram detalhes do desmatamento ilegal no TO e querem saber se Semarh considera as áreas desmatadas com autorização do governo entre 2012 e 2015

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por: Cleber Toledo

Após a repercussão do debate público entre o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcelo Lelis, e o presidente Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest), Wagno Milhomem, a entidade emitiu uma nota em conjunto com outras seis representantes do agronegócio nesta segunda-feira, 5, para cobrar detalhes da informação dada pela pasta de que 34% dos desmatamentos no Tocantins são ilegais.

Clique e leia a íntegra da nota.

DESMATAMENTO AUTORIZADO

Assinada também pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Federação da Agricultura e Pecuária (Faet), Sindicato Rural de Araguaína (SRA); Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Conselho Temático da Agroindústria (COAGRI) da Federação das Indústrias (FIETO) e Frisia, a nota defende que o Estado “precisa detalhar” a fonte deste dado. O principal questionamento do grupo é se o número apresentado pelo secretário leva em consideração áreas desmatadas entre 2012 a 2015 com a autorização dada pelo próprio governo.

ENTENDA

Entre 2012 e 2015, o Estado permitia a alocação de reservas ambientais para outras propriedades para além de onde é produzido, permitindo assim o desmatamento da área original. Entretanto, a prática voltou a ser considerada irregular. “Há necessidade de esclarecer se os dados divulgados como ilegais consideram os desmatamentos outrora autorizadas pelo órgão estatal responsável, na forma de compensação ambiental, pois é notório que nos anos de 2012 a 2015 o próprio Estado autorizou milhares de matrículas a desmatarem áreas em reserva legal e as relocar em outras propriedades”, cobrou.

ESSENCIAL QUE INFORMAÇÕES SEJAM CLARAS E TRANSPARENTES

As entidades destacam que aderiram ao Pacto Pelo Desmatamento Ilegal Zero No Tocantins, lançado em novembro do ano passado, e por isto mesmo cobram detalhes da informação apresentada pelo secretário. “Precisa detalhar a fonte deste dado – 34% de desmatamento ilegal -, especificando às entidades subscritores desta, quais seriam as propriedades, o porte destas e a quantidade de hectares desmatados ilegalmente. É essencial que as informações sejam claras e transparentes, especialmente considerando que muitas vezes o produtor rural é erroneamente visto como o maior responsável por irregularidades e crimes ambientais”, anotou.

REUNIÃO MARCADA

Diante da repercussão, as entidades informaram que conseguiram uma reunião com o Marcelo Lelis nesta quarta-feira, 7, às 15 horas, na Organização das Cooperativas do Brasil.